Museu de Minerais, Minérios e Rochas Heinz Ebert

Museu de Minerais, Minérios e Rochas Heinz Ebert

Rochas

O termo rocha pode ser associado a derivações do Inglês Arcaico rocc (pedra, massa de matéria mineral), do Francês Arcaico roque, cognato do latim rocca e do celta roch, utilizados para designar formações rochosas e grandes maciços, em oposição ao termo pedra, utilizado para pequenas porções individuais das rochas.

Em termos geológicos, uma rocha é um agregado consolidado de minerais ou mineraloides que foram intimamente unidos por algum fator geológico, e corresponde a uma grande variedade de materiais que compõem a crosta terrestre. Sua forma de ocorrência é bastante ampla, desde extensas sequências e batólitos até delgados estratos, seixos e blocos. Quanto aos seus constituintes, embora seja coesa, uma rocha via de regra não é homogênea, e seus componentes não apresentam continuidade física como no caso de um mineral monocristalino. Assim, uma rocha pode ser constituída de diversas espécies minerais, daí então denominada poliminerálica ou pluriminerálica, ser constituída por poucas espécies minerais distintas, denominada assim de oligominerálica, ou ser constituída de apenas uma espécie mineral, sendo então denominada monominerálica.

A ciência que estuda as rochas é a Petrologia (do grego, petra, rocha ou rochedo, acrescido do sufixo logia, ou estudo de), e para tanto se vale de diversas técnicas analíticas, sendo as principais as técnicas geológicas de campo, as técnicas químicas, técnicas experimentais e as técnicas petrográficas. As técnicas petrográficas consistem, principalmente na descrição e análise das texturas, estruturas e da composição mineralógica das rochas, tanto em escala macroscópica, valendo-se de acuidade visual e com auxílio de lupas de mão, quanto em escala microscópica, com o auxílio de um microscópio petrográfico.

A aplicação de técnicas geológicas de campo visa identificar, descrever e relacionar as rochas encontradas em uma determinada área ou região, observando a forma dos corpos rochosos, seus modos de ocorrência e as relações de posição e de influência que guardam com outras rochas ou conjuntos litológicos. Já o uso de técnicas petrográficas consiste em um exame detalhado na escala de observação pretendida, observando-se as estruturas, que correspondem ao aspecto geral externo da rocha analisada, e também as texturas presentes, que consistem em um exame ainda mais aprofundado dos grãos ou cristais componentes da rocha e as relações que guardam entre si e com a estrutura observada. A observação dos componentes mineralógicos da rocha, dentre as etapas da análise petrográfica, corresponde à identificação das fases minerais presentes, a proporção em que estas ocorrem e as relações que guardam com outras fases minerais observadas, correspondendo, portanto, a uma ferramenta que permite compreender os processos aos quais a rocha foi submetida desde o início de sua formação até o estágio em que se encontra atualmente.

Em linhas gerais, as rochas podem ser divididas em três grandes grupos, classificados de acordo com critérios genéticos: as rochas ígneas ou magmáticas, as rochas metamórficas e as rochas sedimentares.

As Rochas Ígneas ou Magmáticas são aquelas formadas a partir de materiais fundidos no interior da Terra. Este material fundido, que corresponde ao protomaterial de origem das rochas ígneas, recebe a denominação de Magma, que é um termo geral utilizado para denominar misturas de material fundido e eventuais cristais ou materiais sólidos que se encontrem neste. Quando este material extravasa e flui em superfície, é denominado Lava. Em compensação, quando há referências ao líquido magmático, entende-se que este corresponde apenas à parte fundida, excluindo-se assim os possíveis cristais, cristalitos ou materiais sólidos que ocorram dispersos neste. O magma pode solidificar-se em subsuperfície, e neste caso dá origem às rochas plutônicas, ou em superfície com exposição subaérea, e neste caso dá origem às rochas vulcânicas. Rochas ígneas cristalizadas próximas à superfície, mas sem exposição subaérea, são classificadas como rochas hipoabissais.

Rochas sedimentares são aquelas que se formam através de processos superficiais na crosta terrestre, que podem ser derivados da erosão de rochas preexistentes (magmáticas, metamórficas ou mesmo sedimentares), do acúmulo de elementos orgânicos e/ou biogênicos ou por precipitação química. As rochas clásticas ou terrígenas, como parte do grupo das rochas sedimentares, são formadas por processos envolvendo erosão, desagregação ou lixiviação de uma rocha ou solo preexistente, transporte por meio aquoso, eólico ou por ação gravitacional, deposição em áreas de acumulação abatidas ou deprimidas em relação à região erodida, e diagênese e/ou litificação. Já os processos envolvidos na geração de rochas sedimentares formadas por precipitação química são de variação da concentração do soluto em relação ao solvente, tanto por evaporação como por mudanças de temperatura ou pH, e neste grupo incluem-se as rochas evaporíticas e outras rochas quimicamente precipitadas, como alguns tipos de calcários e chert.

As Rochas Metamórficas são aquelas que se formam pela modificação química, mineralógica, textural, estrutural, ou uma combinação destes, em estado sólido, de rochas preexistentes, através do estabelecimento de condições de temperatura, pressão e/ou pressão de fluidos distintos daqueles originais para a formação da rocha pretérita. Não se incluem na definição de metamorfismo os processos diagenéticos e intemperismo. Estas rochas anteriores ao metamorfismo, que podem ser de natureza magmática, metamórfica ou sedimentar, são denominadas protólito, e as rochas metamórficas que as sucedem podem ser denominadas, de acordo com a natureza deste, de ortoderivadas, quando se originam do metamorfismo de rochas ígneas, ou paraderivadas, quando se originam do metamorfismo de rochas sedimentares. Quando o metamorfismo afeta rochas anteriormente metamórficas, novas rochas metamórficas podem ser geradas, por metamorfismo progressivo quando as novas condições de pressão e temperatura são maiores do que aquelas estabelecidas na rocha pretérita, ou por metamorfismo retrógrado quando as novas condições de pressão e temperatura são inferiores àquelas estabelecidas na rocha pretérita.

 

Fonte: http://letthememoriesbegincsf.blogspot.com.br/2015_08_01_archive.html

 

O Ciclo das Rochas

Como as rochas são parte constituinte do Sistema Terra, estas encontram-se em constante modificação por diferentes processos geológicos e climáticos. O inter-relacionamento entre os tipos de rochas e os processos de dinâmica da Terra é o chamado Ciclo das Rochas. Pensando na crosta como uma região formada essencialmente por rochas, é possível observar que agentes climáticos agem sobre este material, causando o intemperismo, ou seja, a alteração das características físicas e químicas das rochas expostas, formando o chamado manto de intemperismo. Na parte superior deste, formam-se os solos pelo processo denominado pedogênese. O manto de intemperismo pode ser afetado pela erosão, ou seja, o deslocamento ou transporte dos materiais, levando estes para uma bacia de sedimentação, onde o material pode ser compactado e transformado em rocha sedimentar, pelo processo denominado litificação. Uma rocha sedimentar, assim como qualquer tipo de rocha, uma vez colocada em ambiente de pressão e temperatura distinto daquele de sua origem, pode sofrer metamorfismo, gerando rochas metamórficas. Se as condições de pressão e/ou temperatura são muito extremas, e ultrapassam o ponto de fusão dos minerais constituintes da rocha, estas podem ser parcial ou totalmente fundidas. A fusão das rochas gera material magmático, que após solidificação gera rochas ígneas. Todas as rochas (ígneas, metamórficas e sedimentares) estão sujeitas ao intemperismo, à erosão, ao metamorfismo e, em caso extremo do metamorfismo, à fusão, encerrando assim o ciclo das rochas.

 

Figura 1 – Representação esquemática do ciclo das rochas.