Museu de Minerais, Minérios e Rochas Heinz Ebert

Museu de Minerais, Minérios e Rochas Heinz Ebert

Texturas de Rochas Ígneas

As texturas de rochas magmáticas são as feições globais e locais das rochas que descrevem as características de seus minerais constituintes (forma, dimensões, estrutura interna), e as relações que estes minerais guardam entre si (contatos, disposição, distribuição de tamanhos, etc.). Em geral, seis parâmetros conseguem descrever com alguma precisão as características texturais das rochas magmáticas. São estes: i) grau de cristalinidade; ii) grau de visibilidade; iii) granulação; iv) tamanho relativo dos cristais; v) forma geométrica dos cristais; vi) articulação entre os cristais. Além destes, também é possível descrever as texturas das rochas magmáticas de acordo com sua trama cristalográfica, ou seja, de acordo com a disposição espacial relativa entre as espécies minerais que constituem uma determinada rocha.

 

Grau de cristalinidade: refere-se à proporção entre material vítreo e material cristalino em uma rocha. É classificado como:

  • Holocristalina: rocha constituída só de material cristalino
  • Hipocristalina: rocha constituída predominantemente de material cristalino
  • Hipovítrea: rocha constituída predominantemente de material vítreo
  • Holovítrea: rocha constituída só de material vítreo

 

Grau de visibilidade: indica a fração cristalina de uma rocha visível com a vista desarmada. É classificado como:

  • Fanerítica: constituída integralmente de material cristalino identificável com a vista desarmada
  • Subfanerítica: constituída apenas parcialmente por material cristalino identificável com a vista desarmada
  • Afanítica: não contém material cristalino identificável com a vista desarmada

 

Granulação: classificação baseada no tamanho dos cristais observáveis na amostra. Classifica-se como:

  • Gigante: cristais com mais de 10 cm
  • Muito grossa: cristais entre 3 e 10 cm
  • Grossa: cristais entre 1 e 3 cm
  • Média: cristais entre 1 e 10 mm
  • Fina: cristais entre 0,1 e 1 mm
  • Densa: cristais entre 0,009 e 0,1 mm
  • Vítrea: sem cristais (material vítreo)

 

Tamanho relativo dos cristais: comparação relativa das dimensões dos diversos cristais de uma rocha, enquadrando as rochas nas categorias:

  • Equigranular: os cristais de uma rocha tem aproximadamente o mesmo tamanho
  • Inequigranular: os cristais apresentam dimensões variáveis
  • Megaporfirítica: coexistem na rocha grandes cristais (fenocristais), inseridos numa matriz de granulação média
  • Porfirítica: rochas com pequenos fenocristais, imersos numa matriz de granulação fina a densa.; o termo pórfiro é usado para os casos em que os fenocristais perfazem mais de 50% do volume da rocha
  • Vitrofírica: coexistem pequenos cristais, inseridos numa matriz essencialmente vítrea (vitrófiros)

 

Forma geométrica dos cristais: caracterização textural fundamentada na proporção entre minerais euédricos (minerais delimitados por faces externas cristalinas), subédricos (parcialmente delimitados por faces cristalinas) e anédricos (desprovidos de faces cristalinas) constituintes da rocha.

  • Panidiomórfica ou Automórfica: predominam minerais com formas euédricas
  • Hipautomórfica ou Hipidiomórfica: predomínio de minerais com formas subédricas
  • Xenomórfica ou Alotriomórfica: Predominam minerais com formas anédricas

 

Articulação entre os cristais: descrição da superfície limítrofe entre os minerais, onde estes estão em contato, o que contribui para as características de resistência mecânica das rochas. Os contatos mais comuns podem ser:

  • Planares: ocorrem por justaposição (mosaico ou de calçamento)
  • Irregulares: Contatos por imbricamento mineral (côncavo-convexo ou serrilhado)