Museu de Minerais, Minérios e Rochas Heinz Ebert

Museu de Minerais, Minérios e Rochas Heinz Ebert

Trama de Rochas Ígneas

A trama ou arranjo cristalino das rochas ígneas é a disposição espacial relativa entre as diferentes espécies minerais constituintes de uma rocha, resultando da forma e do tamanho dos cristais, de suas relações de contato e de sua ordem de cristalização.

 

Os tipos de tramas que mais se destacam são:

 

Sal e Pimenta: tipo granular, formada por quantidades semelhantes de cristais claros e escuros.

Aplítica: formada por cristais anédricos de feldspato potássico e quartzo, justapostos por contatos retilíneos ou lobulados (aplitos)

Calçamento: justaposição de cristais mais ou menos equidimensionais e com formas poligonais

Granular: predomínio de minerais aproximadamente equidimensionais

Intersticial: malha de cristais de forma tabular, na qual os interstícios são ocupados por cristais anédricos

Ofítica: formada por piroxênios prismáticos que englobam ripas de plagioclásio

Subofítica: Cristais ripiformes de plagioclásio parcialmente incluídos em cristais de piroxênios

Intergranular: Cristais euédricos ou subédricos ripiformes de plagioclásio contendo grãos intersticiais de clinopiroxênio; uma variação desta é a “textura intersetal”, por apresentar pequenas quantidades de vidro intersticial

Hialofítica: cristais ripiformes de plagioclásio e augita em matriz vítrea

Pilotaxítica: variedade de textura hialofítica onde os cristais ripiformes e micrólitos de plagioclásio encontram-se isorientados em matriz holocristalina ou hipovítrea;

Poiquilítica: cristais maiores englobam vários cristais menores, de uma ou mais espécies minerais

Spinifex: trama de cristais alongados e esqueléticos de olivina em matriz fina de vidro e clinopiroxênio

“Quench” ou em pena: textura de resfriamento rápido na qual minerais máficos cristalizam-se em tufos alongados e esqueléticos

Maculada: manchas coloridas representadas por megacristais ou por agregados minerais que se destacam na matriz da rocha

Rapakivi: textura maculada de certos granitos, cujos megacristais de feldspato potássico apresentam anel externo de albita ou oligoclásio

Pegmatítica: definida como textura em Henrick (1965) e Wernick (2004); segundo estes autores, qualquer rocha, de qualquer granulação, pode exibir este tipo de textura, relacionada à presença de voláteis durante a cristalização magmática. A presença de gases, sobretudo água, facilita a dispersão iônica, colaborando para a formação de cristais proeminentes. Existem autores que classificam pegmatítica como granulação gigante.

Mimerquítica: intercrescimento entre cristais de plagioclásio ou feldspato potássico e vênulas de quartzo em forma de bastões

Granofírica: comum em rochas graníticas hipoabissais. Se caracteriza pelo intercrescimento entre feldspato potássico e quartzo, estes com formas vermiculares, globulares, dendríticas ou irregulares

Gráfica: intercrescimento orientado entre quartzo e feldspato (runitos);

Coronada: cristais envoltos por anéis ou coroas de outra espécie mineral, dada pela reação entre um mineral e o líquido magmático coexistente para a formação de um novo mineral

Texturas Cataclásticas: resultam de intensa fragmentação e microgranulação dos minerais de rochas pré-existentes por ação de esforços dinâmicos

Cataclasítica: textura de fragmentação mineral desprovida de orientação planar marcante. A variedade ” mortar”  ou ” de moldura”  caracteriza-se pela presença de porfiroclastos, (grãos ou núcleos de minerais maiores preservados pela deformação) envolvidos por minerais microgranulados

Milonítica: textura deformacional (fragmentação e microgranulação mineral) caracterizada por nítida foliação tectônica definida pelo estiramento dos minerais com diferentes intensidades de microgranulação e recristalização

Flaser: variedade de textura milonítica caracterizada pela presença de porfiroblastos ovalados ou fusiformes envoltos por massa microgranulada com orientação mais ou menos nítida

Texturas Cumuláticas: resultam do acúmulo de minerais segregados por decantação ainda no estado líquido. É composta por uma fração cumulus, dado pelos cristais decantados, e por uma fração intercumulus, de cristais anédricos, resultante da cristalização do líquido magmático intersticial que preenche os poros entre os cristais segregados

Ortocumulática: a fração intercumulus é significativa e seus minerais englobam parte dos minerais cumulus. Os minerais cumulus não se tocam e apresentam intenso zonamento externo

Mesocumulática: a fração intercumulus é reduzida. Os cristais da fração cumulus se tocam e tem anel externo pós-cumulus bem desenvolvido

Adcumulática: o crescimento pós-cumulus da fração decantada, à expensas do líquido intersticial é muito grande, produzindo cumulus ” homogêneo,” sem zoneamento externo (rochas monominerálicas)

Fluidal: orientação de cristais tabulares, aciculares e colunares. Uma variação desta é a traquítica, dada por ripas de feldspato com orientação paralela a subparalela em matriz densa a microcristalina

Feltro: é dado por diminutas ripas alongadas com distribuição caótica

Hialofilítica: diminutos cristais de feldspato com disposição paralela imersos em matriz densa ou vítrea que na maioria das vezes não se tocam