O estudo e a classificação de áreas metamórficas parte do princípio de que alguns tipos de rochas metamórficas são mais frequentes na crosta, e que o metamorfismo se desenvolve segundo padrões repetitivos. Assim, é possível correlacionar entre si rochas de composições similares de terrenos metamórficos distintos. As variações nas paragênese minerais acontecem de modo transicional e essas variações servem de base para a sistematização do mapeamento destes terrenos. Desta forma, procura-se definir faixas, ou zonas, onde o metamorfismo atuou sob as mesmas condições, correlacionando-as entre si, de modo a definir o padrão de variação do metamorfismo.
O grau metamórfico reflete a intensidade do metamorfismo e pode ser subdividido em baixo, médio e alto grau, podendo ser utilizado a denominação de incipiente (anquimetamorfismo). Essa graduação, de grosso modo, corresponde aos níveis crustais denominado de epizona, mesozona e catazona.
Deve-se a Barrow (1893) o reconhecimento de que determinados minerais desenvolvem-se de forma sequenciada, no caso em rochas pelíticas da Escócia, submetidas a metamorfismo progressivo mais intenso. Esses minerais, denominados de minerais índices, são, em ordem: clorita-biotita-granada (almandina)-estaurolita-cianita-sillimanita. A linha formada pela união dos pontos onde se constata o primeiro aparecimento de cada um dos minerais citados acima, no terreno, denomina-se de isógrada. As isógradas separam faixas de disposição mais ou menos paralelas entre si, denominadas de zonas metamórficas (no caso zonas da clorita, biotita, granada, estaurolita, cianita e sillimanita, na sequência do incremento do metamorfismo).É importante notar que, ao iniciar uma zona, o mineral característico da zona anterior (mineral índice) normalmente não desaparece. Por exemplo, na zona da biotita pode estar presente a clorita, e a biotita pode estar presente em todas as zonas superiores à zona deste mineral. As faixas delimitadas pelas isógradas podem ser paralelas, oblíquas ou até mesmo perpendiculares à foliação e/ou ao bandamento composicional.
As bases para o estabelecimento das fácies metamórficas foi gerada por Victor Goldschmidt e Petti Eskola, de que assembleias minerais características definem variações no grau metamórfico, essencialmente em função de P, Pl e Pf. Com base nesse princípio, Eskola estabeleceu o fato de que rochas de mesmas composições apresentam paragêneses ou associações similares. Desta forma, rochas com paragêneses desenvolvidas sob as mesmas condições são referidas como pertencentes à mesma fácies metamórfica. Eskola denominou as fácies segundo as paragêneses observadas em rochas metabásicas, uma vez que são constituintes frequentes dos terrenos metamórficos.
O conceito de série faciais surge da constatação de que o metamorfismo em sua progressão causa uma forte mudança na mineralogia com a temperatura, e que essa sequência, tanto em relação aos minerais índices, como em relação às paragêneses (fácies metamórficas), sofre modificações significativas com variações no ambiente de pressão. Além disso, observa-se que essas mudanças estão relacionadas com o ambiente tectônico, e com a dinâmica deste, resultante do movimento das placas. Portanto, séries faciais são as associações mineralógicas ou paragenéticas típicas para um determinado gradiente de pressão, que pode ser subdividido em pressão baixa (metamorfismo de contato), baixa a média (Buchan), média a alta (Barrowiano) e alta (Franciscano ou Sanbagawa). Metamorfismo de Contato: Rocha pelítica (caulinita-pirofilita-andaluzita-sillinanita-mullita ou córindon e fundido na fácies sanidina hornfels). Pode estar presente ainda cloritoide, estaurolita e cordierita.Buchan: Rochas carbonáticas (ankerita-biotita-anfibólio-zoisita-diopsídio), rochas pelíticas (clorita-biotita-granada-estaurolita/andaluzita-sillimanita). Barrowiano: Rochas pelíticas (clorita-biotita-almandina-estaurolita-cianita-sillimanita) Sanbagawa: Rochas pelíticas (clorita-granada-albita/biotita-oligoclásio), rocha básica (prehnita/pumpelyita-hematita/pumpellyita/actinolita-winchita-crossita-barroisita-albita/hornblenda-oligoclásio).
Um dos aspectos de grande importância no metamorfismo é a composição química e mineralógica do material a ser metamorfisado. Os produtos sempre mantêm uma relação direta com a composição do material inicial, mesmo em condições de metamorfismo anisoquímico. Desta forma, a seguir são apresentados os principais tipos composicionais, que são enfocados em estudos de laboratório:
Os sistemas mais comuns, normalmente utilizados para modelagens petrogenéticas de rochas metamórficas são: (CKNASH), (KNASH), (CNASH), (CNASH), (ACKN), (FMAS) e (KFMASH).